Nesta quinta-feira (10), a Polícia Federal (PF) deflagrou a 5ª fase da Operação Última Milha, que investiga o uso da estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar autoridades durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. A ação cumpriu um mandado de prisão preventiva e dois de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O alvo do mandado de prisão é Daniel Ribeiro Lemos, assessor parlamentar que atualmente trabalha no gabinete do deputado federal Pedro Jr. Os mandatos de busca foram cumpridos em dois endereços relacionados ao avaliador.
Conforme o pesquisador, Daniel Ribeiro desempenhou o papel de “ponte” entre grupos de disseminação de desinformação e uma “estrutura paralela” no governo, tendo sido uma das principais figuras atuantes na chamada “Abin paralelamente”. Na época, ele estava lotado no Palácio do Planalto e atuava também como influenciador digital, segundo a purificação.
Daniel Ribeiro já havia sido alvo de buscas em uma fase anterior à Operação Última Milha, quando teve equipamentos apreendidos e foi submetido a medidas cautelares, como prisão de passaporte e suspensão de contato com outros investigados. Após a nova prisão, o deputado Pedro Jr. afirmou em nota que determinou a exoneração de Ribeiro e destacou seu “compromisso com a ética e a legalidade”.
— Acredito na importância de um processo justo e transparente, onde todos têm o direito de defesa e o dever de cumprir a lei. Reitero que não se compacta com qualquer tipo de irregularidade, desvio de conduta, nem com propagação de notícias falsas ou desinformação — disse Pedro Jr.
Paralelamente, novos depoimentos estão sendo coletados na investigação. O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro e ex-chefe da Secretaria de Governo de Bolsonaro, prestou um depoimento de 45 minutos em Brasília, na condição de testemunha. Durante o depoimento, ele foi questionado sobre a suposta estrutura de monitoramento de adversários políticos e disseminação de desinformação no Palácio do Planalto.
O pesquisador também indagou o general sobre o papel de Carlos Bolsonaro (PL-RJ) no comando da “Abin paralelamente”. Carlos Bolsonaro, que é alvo do inquérito, nega as acusações.
Segundo apurado pela reportagem, Santos Cruz respondeu a todas as perguntas e colaborou com a investigação, fornecendo informações que podem ser relevantes para o esclarecimento dos fatos.