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Publicado em: 7 de novembro de 2024

Concentração de renda e guerra são entraves à segurança alimentar, defendem parlamentares do G20 – Notícias


11/07/2024 – 16:57

Mário Agra/Câmara dos Deputados

1ª Sessão de Trabalho: A contribuição dos Parlamentos no combate à fome, à pobreza e à desigualdade.

Os parlamentares do G20 apontaram nesta quinta-feira (7) dois principais fatores que inviabilizam as políticas públicas de combate à insegurança alimentar: as políticas flexíveis de redistribuição de renda e o agravamento de conflitos geopolíticos.

Eles participaram da 1ª sessão de trabalho do P20 nesta quinta-feira (6) com o tema “A contribuição dos Parlamentos no combate à fome, à pobreza e à desigualdade”.

A presidente do Parlamento do Mercosul (Parlasul), Fabiana Martín, abriu seu discurso informando que 670 milhões de pessoas enfrentarão a crise alimentar na próxima década, se não forem tomadas medidas efetivas, conforme dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação ( FAO). “Há algo que estamos fazendo mal, há uma ação incorreta porque não estamos chegando aos resultados esperados”, disse.

“A fome e a segurança alimentar não são consequência de fatores externos, mas são o reflexo de decisões políticas. O mundo produz alimento suficiente para alimentar toda a população, mas estamos juntos errados. A má distribuição e a desigualdade perpetuam esse cenário”, acrescentou Martín.

Ela reforçou o papel do Parlamento em conter o “impacto devastador de políticas envolventes” e disse que neste sentido foi criado a frente parlamentar contra a fome, que reúne mais de 500 legisladores dos países do sul americanos.

Nessa mesma linha, falou o Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco: “Diante desse cenário alarmante o papel dos parlamentos é essencial para desenvolver soluções e promover a justiça social e econômica”.

“O compromisso e a cooperação entre nações são fundamentais para construir um futuro sem fome sem pobreza e sem desigualdades sociais extremas com marcos jurídicos que efetivamente enfrentem esses desafios”, pontuável.

Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Fabiana Martín: “A fome e a segurança alimentar são o reflexo de decisões políticas”

Guerras
A presidente da Casa dos Comuns, Lindsay Hoyle, citou as guerras da Ucrânia e de Gaza como fatores de recrudescimento da fome e miséria. Conforme ele, a solução deve partir do trabalho conjunto entre parlamentos e nos fóruns multilaterais.

“Nós vimos na Ucrânia um país soberano que foi invadido, isso parou o fluxo de grãos para os países mais pobres da África que também sofreram devido a uma operação ilegal da Ucrânia que nunca deveria ter acontecido”, criticou.

Polarização política
O parlamentar da China, Xiunxin Deng, criticou a atual polarização política, que na sua opinião contribui para a instabilidade no preço dos alimentos e o aumento da desigualdade. Ele defendeu os fóruns multilaterais e reforçou a importância do atendimento a populações vulneráveis.

“Temos que reduzir as barreiras de acesso à tecnologia e fortalecer a cooperação, aumentando o nível do multilateralismo na ONU e na OMS”, disse.

“Além de priorizar a redução da pobreza, temos de nos certificar de que os recursos passam pela questão da saúde, da agricultura e do apoio à tecnologia para os países, erradicando a discriminação das mulheres que são metade das pessoas pobres do mundo”, acrescentou .

Mário Agra/Câmara dos Deputados

Xiunxin Deng: “Polarização política contribui para a instabilidade no preço dos alimentos e aumento da desigualdade”

Transferência de renda
O vice-presidente do Senado indiano, Shri Harivansh, relatou como “medidas que mudam o jogo” no combate à miséria em seu país, como políticas de transferência de renda. Segundo ele, essas ações, junto com as políticas sanitárias e o acesso das mais vulneráveis ​​ao sistema financeiro, retiraram mais de 200 milhões de pessoas da pobreza entre 2014 e 2023.

“Durante a pandemia, nós tivemos benefícios de alimentos gratuitos para milhões de pessoas para atingir os mais vulneráveis. A Índia também priorizou uma melhor nutrição para crianças, mulheres e adolescentes”, destacou.

“O Parlamento aprovou uma lei que traz educação obrigatória para crianças e adolescentes, para quebrar o ciclo de fome e de desigualdade, trazendo oportunidades para os jovens”, complementou o parlamentar.

O presidente do parlamento de Singapura, Kian Peng Seah, também defendeu as políticas equitativas e disse que o parlamento teve papel decisivo em apoiar a distribuição de renda:

“Temos um sistema de suporte que possui subsídios para focar em grupos de baixa renda e vulneráveis, para educação, assistência à saúde e assistência social. Tivemos uma rede de apoio que não deixa ninguém para trás. Ao longo dos anos, temos uma abordagem que vai além da assistência, nossos esforços têm resultados positivos para o aumento da mobilidade e de renda”.

Reportagem – Emanuelle Brasil
Edição – Geórgia Moraes



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