Em entrevista concedida à CNN Internacional nesta sexta-feira (8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) minimizou o impacto do apoio de Jair Bolsonaro ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmando que o ex-presidente brasileiro “ não tem votos naquele país” e que seu suporte não influenciou o resultado eleitoral americano. Lula defendeu que, apesar das diferenças ideológicas, espera manter uma relação de respeito e civilidade com Trump. “Quero dizer ao povo americano: tenho com o presidente Trump uma relação de respeito como chefe do Estado brasileiro. Espero que ele tenha o mesmo respeito com o Brasil”, afirmou.
Lula também comentou a proximidade de Trump com o empresário Elon Musk, dono da plataforma X (ex-Twitter), que fez contribuições significativas à campanha republicana e foi citado para integrar o governo Trump no Departamento de Eficiência Governamental. “Queremos que esse empresário trate os países com respeito e não use fake news para desinformar o povo, seja americano, seja brasileiro”, disse Lula, lembrando o apoio de Musk ao bolsonarismo no Brasil.
Ao ser questionado sobre a sua idade e a possibilidade de uma geração mais jovem assumir o comando do Brasil, Lula afirmou que o que importa para governar é a competência, e não a juventude. “Governar não é praticar esportes; o que importa é a competência e o compromisso do governante”, afirmou. O presidente ressaltou que zela pela sua saúde e que não é candidato à reeleição, deixando qualquer decisão sobre 2026 para ser discutida nos próximos anos.
Após a confirmação da vitória de Trump na eleição americana, Lula deseja uma mensagem de parabenização, desejando sucesso e reforçando a importância do diálogo para promover a paz e o desenvolvimento global. Ele destacou que sua expectativa é manter uma convivência “civilizada” com Trump, assim como mantida com outros presidentes americanos, como George W. Bush, Barack Obama e Joe Biden.
Trump foi oficialmente declarado presidente eleito dos EUA na quarta-feira (6), após obter 276 votos no Colégio Eleitoral. Além disso, ele alcançou a maioria nas duas casas do Congresso, o que fortalece seu mandato.