Após quase dois anos de governo, a administração de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrentou críticas devido ao alto desperdício de vacinas, estimado em 58,7 milhões de doses de imunizantes descartadas. Esse volume representa um aumento de 22% em relação às perdas totais durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Segundo levantamento de O Globoo prejuízo com vacinas inutilizadas nos últimos dois anos chegou a R$ 1,75 bilhão, sendo a maior parte, R$ 1,17 bilhão, registrado em 2023, com 39,8 milhões de doses investidas.
Os dados, fornecidos pelo Ministério da Saúde, mostram que, até o momento, em 2024, o descarte de vacinas atingiu 18,8 milhões de doses, com um custo de R$ 560,6 milhões. Desde o grupo de Lula, 385 milhões de doses foram descartadas, volume que representa 176% a mais do que 217 milhões de doses aplicadas no mesmo período. A maioria das vacinas descartadas, cerca de 75%, correspondem aos imunizantes contra a Covid-19, enquanto apenas 19,38% da população tomou a segunda dose de reforço recomendada.
Além dos imunizantes contra a Covid-19, outras vacinas importantes também foram descartadas em menores quantidades, como as contra difteria, tétano, coqueluche (DTP), febre amarela e meningite. Em resposta, o Ministério da Saúde atribuiu parte das perdas aos estoques de vacinas adquiridas pela gestão anterior e a um cenário de desinformação que teria minado a confiança da população nos imunizantes.
“A gestão anterior deixou estoques elevados de vacinas contra a Covid-19, o que gerou vencimentos em 2023. Além disso, campanhas sistemáticas de desinformação melhoraram a adesão da população”, alegou a pasta ao jornal. Segundo o governo, o volume de vacinas vencidas já representa o maior desperdício registrado em uma administração desde o segundo mandato de Lula, que acumulou perdas de R$ 1,96 bilhão em vacinas expiradas.
