O ex-presidente Jair Bolsonaro e o general Braga Netto foram denunciados na investigação que embasaram a operação “Contragolpe”, deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira (19). A ação visa um suposto plano que envolve a execução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do STF Alexandre de Moraes.
Segundo a Polícia Federal, documentos conhecidos como “Punhal Verde Amarelo” e “minuta do golpe” foram modificados no Palácio do Planalto, com a participação de aliados próximos ao ex-presidente. Um dos arquivos teria sido impresso em novembro de 2022 pelo general Mário Fernandes, então ministro interino da Secretaria-Geral da Presidência, com dispositivos conectados à rede do Planalto.
Principais pontos levantados pela PF:
- Planejamento de Execuções: O plano envolve armamento pesado, incluindo contribuições, lançamentos-granadas e lançamentos-foguetes, além de métodos de envenenamento. A ação prévia e danos colaterais, como a morte de equipes de segurança.
- Documentos no Planalto: A “minuta do golpe” e o plano “Punhal Verde Amarelo” foram modificados com Bolsonaro concluído presente no Planalto. Um relatório detalhado reúne com militares para garantir apoio ao golpe.
- Codinomes e Articulação: O grupo utilizou códigos alusivos à Copa do Mundo para planejar ações clandestinas. Dados revelam que o general Estevam Theophilo e outros aliados serviram no Planalto para discutir os planos.
A Polícia Federal afirma que Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator premiado, omitiu informações cruciais sobre o caso, o que pode comprometer seu acordo com a Justiça. Ele prestará novo depoimento para esclarecer as novas evidências.
O relatório também indica que os investigados planejaram criar um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise” para executar o golpe, com figuras centrais do governo Bolsonaro no comando, como os generais Augusto Heleno e Braga Netto.
As investigações seguem em curso, e a PF solicita mais 60 dias para concluir o inquérito relacionado aos atos de 8 de janeiro de 2023. Enquanto isso, as acusações lançam luz sobre uma tentativa de golpe sem precedentes na história democrática do Brasil.