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Publicado em: 28 de novembro de 2024

Empresa chinesa compra mineradora rica em nióbio e urânio no Amazonas

Empresa chinesa compra mineradora rica em nióbio e urânio no Amazonas


A empresa chinesa China Nonferrous Trade (CNT), subsidiária do governo chinês, adquiriu a Mineração Taboca, que opera na exploração de estanho na mina de Pitinga, localizada em Presidente Figueiredo, no Amazonas. A compra foi realizada por US$ 340 milhões (cerca de R$ 2 bilhões) e comunicada oficialmente ao governo do estado em 26 de novembro pela Minsur SA, empresa peruana que controlava a mineradora.

“Este novo momento é estratégico e constitui uma oportunidade de crescimento para a Mineração Taboca”, afirmou a empresa em comunicado.

Embora a região onde a Taboca atue seja associada às reservas de urânio, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) esclarece que a mina de Pitinga é exclusivamente de estanho. Ricardo Gutterres, assessor da Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear da CNEN, explicou que características de minerais nucleares como urânio podem ser detectadas durante a exploração, mas em concentrações baixas, sem relevância comercial.

“O urânio detectado fica no rejeitado da mina. A negociação não envolve venda de reservas de urânio, que são monopólio federal”, afirmou Gutterres.

Apesar disso, a região de Pitinga possui uma grande reserva geológica de urânio, segundo especialistas. Aquilino Senra, professor do Programa de Energia Nuclear da Coppe/UFRJ, destacou que um estudo indicou que o local pode conter até 150 mil toneladas de concentrado de urânio, o dobro do volume existente na mina de Caetité, na Bahia, a única em operação não Brasil.

“No entanto, qualquer atividade envolvendo minerais nucleares deve ser acompanhada pelos órgãos reguladores, como a CNEN e a Agência Nacional de Mineração (ANM)”, ressaltou Senra.

A legislação brasileira determina que a pesquisa, exploração e comercialização de minerais nucleares, como urânio e tório, sejam monopólio da União. A Indústrias Nucleares do Brasil (INB), estatal vinculada ao Ministério de Minas e Energia, é a única autorizada a explorar essas reservas.

Segundo Gutterres, até o momento, a INB não iniciou consultas ou processos de licenciamento para exploração de urânio na região de Pitinga. Em nota, um reforço afirmativo de que nenhuma mina de urânio foi vendida na região e que a purificação de minerais nucleares só pode ocorrer em parceria com o governo federal.

“A legislação estabelece que, ao identificar minerais nucleares em minas de outras finalidades, as autoridades competentes, como a ANM, CNEN e INB, devem ser notificadas para avaliação. Caso haja soluções de exploração, essa deve ocorrer em consórcio com o governo federal, respeitando o monopólio legal”, explicou Senra.

A aquisição da Mineração Taboca pela CNT representa um movimento estratégico para a empresa chinesa no setor de estanho. No entanto, o potencial de urânio na região de Pitinga seguirá sendo acompanhado pelos órgãos reguladores brasileiros, com atenção às implicações legais e estratégicas de sua eventual exploração.



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