O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, comentou neste domingo (8) a renúncia de Bashar al-Assad, responsabilizando a Rússia e o Irã pelo colapso do regime sírio. Em sua rede social Truth, Trump atribuiu a queda à falta de apoio eficaz dos dois aliados históricos de Assad, destacando o impacto de conflitos paralelos e crises econômicas.
“Assad foi. Ele fugiu de seu país. Seu protetor, Rússia, Rússia, Rússia, liderado por Vladimir Putin, não estava mais interessado em protegê-lo”, escreveu Trump. Ele argumentou que a Rússia estava sobrecarregada pela guerra na Ucrânia, o que teria causado “cerca de 600.000 soldados russos feridos ou mortos”. Segundo Trump, a economia russa deteriorada e os desafios enfrentados pelo Irã diante de Israel foram fatores cruciais para o enfraquecimento dos aliados de Assad.
Bashar al-Assad renunciou ao poder neste sábado (7) e deixou a Síria após uma ofensiva-relâmpago liderada por forças rebeldes lideradas pelo grupo jihadista Hayat Tahrir al-Sham (HTS). A campanha, iniciada em 27 de novembro, resultou na tomada de cidades estratégicas como Aleppo, Hama e Homs, culminando na queda da capital, Damasco.
O paradeiro de Assad ainda é incerto, mas informações divulgadas pelo governo russo indicam que ele teria deixado o país. A Rússia, que há anos apoia militarmente Assad no conflito sírio, não conseguiu evitar o avanço dos opositores e agora enfrenta dificuldades com suas próprias prioridades estratégicas, especialmente a guerra na Ucrânia.
A queda de Assad marca o fim de uma era que começou em 2000, quando ele assumiu a presidência após a morte de seu pai, Hafez al-Assad. Durante seu governo, a Síria planejou mais de uma década de guerra civil, com ofertas de milhares de mortos e milhões de refugiados.