O temor de um fracasso de público levou o governo Lula a orientar seus ministros a não participarem do ato “Sem Anistia”, convocado pelo deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) para este domingo (30), na Avenida Paulista. A manifestação, que se opõe à anistia de condenados pelos ataques de 8 de janeiro, é vista dentro do Planalto como arriscada e de potencial desgaste para o presidente.
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Nos bastidores, integrantes do governo avaliam que a presença de ministros — inclusive de nomes próximos como Gleisi Hoffmann (PT) e Alexandre Padilha (PT) — poderia vincular diretamente o Planalto ao sucesso ou fracasso do ato. A avaliação predominante é de que, caso a mobilização decepcione, o revés será atribuído a Lula, ainda que o evento seja organizado por Boulos.
Aliado do presidente e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, Boulos convocou o protesto como resposta ao ato liderado por Jair Bolsonaro (PL) em Copacabana, no dia 16 de março, que reuniu milhares de apoiadores. A comparação entre os dois eventos, inevitável no cenário político atual, preocupa o governo.
A leitura no Planalto é que Boulos dificilmente conseguirá mobilizar um público semelhante ao dos bolsonaristas, que vêm demonstrando força nas ruas. Um ato esvaziado daria munição à oposição e reforçaria a narrativa de que Lula e a esquerda perderam fôlego popular.
Bolsonaro ironizou o evento em pronunciamento na quarta-feira (26), um dia após virar réu no Supremo Tribunal Federal. “Dia 30, agora, vai ter um movimento da esquerda. Estou até promovendo. Qual é a pauta? Prisão do Bolsonaro”, disse o ex-presidente.
Boulos respondeu pelas redes sociais, agradecendo o “convite” e reforçando o tom de provocação.