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Publicado em: 5 de maio de 2025

Três em cada dez brasileiros são analfabetos funcionais, aponta pesquisa Inaf

Três em cada dez brasileiros são analfabetos funcionais, aponta pesquisa Inaf


Três em cada dez brasileiros adultos são analfabetos funcionais. O dado, divulgado nesta segunda-feira (5) pelo Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), não é apenas alarmante — é uma acusação direta contra a sociedade e as sucessivas gestões públicas que, há décadas, prometem reformas educacionais profundas, mas entregam paliativos, slogans e retrocessos.

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Em 2024, 29% da população entre 15 e 64 anos não consegue interpretar frases simples, identificar preços ou realizar operações matemáticas básicas. O número é exatamente o mesmo de 2018. Em seis anos, apesar dos avanços tecnológicos e das transformações sociais, o Brasil não saiu do lugar. Pior: entre os jovens, o analfabetismo funcional cresceu, saltando de 14% para 16%. A pandemia é apontada como fator agravante, mas não explica a raiz do problema: a falência estrutural de um modelo educacional incapaz de formar cidadãos plenos.

O fracasso da educação básica no Brasil se revela em cada camada do levantamento: 27% dos trabalhadores são analfabetos funcionais, e até mesmo entre os brasileiros com diploma universitário, 12% não dominam plenamente leitura e escrita. Em um país que se pretende emergente, a incapacidade de garantir alfabetização funcional adequada compromete qualquer projeto de crescimento econômico, inovação ou combate à desigualdade.

A desigualdade racial acentua o quadro: entre negros, indígenas e amarelos, os índices de analfabetismo funcional são ainda mais elevados, denunciando que a exclusão educacional é seletiva, reforçando ciclos históricos de marginalização.

Mas o que os números mais deixam claro é a ausência de vontade política real. A educação, frequentemente usada como bandeira de campanhas eleitorais, desaparece das prioridades orçamentárias assim que terminam as eleições. Investimentos são feitos de maneira fragmentada, programas são descontinuados a cada troca de governo, e a formação de professores permanece subvalorizada e precarizada. Tecnologias chegam sem planejamento pedagógico, escolas são construídas sem garantir condições mínimas de aprendizado.

O analfabetismo funcional no Brasil não é apenas uma falha: é uma escolha tácita, reforçada ano após ano por políticas públicas insuficientes, pela leniência de gestores e pela indiferença da elite política e econômica que não vê, entre os analfabetos funcionais, seus próprios filhos.

Recuperar essa geração exige muito mais do que slogans ou distribuição de tablets. Exige um compromisso inédito com a alfabetização desde a primeira infância, formação contínua de professores, currículos centrados em competências reais de leitura, escrita e raciocínio lógico — e a coragem de enfrentar desigualdades profundas.

Enquanto o analfabetismo funcional persistir, o Brasil continuará condenado a ser uma sociedade desigual, estagnada e eternamente refém da promessa de um futuro que nunca chega.



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