O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a ser alvo de críticas de membros do Palácio do Planalto devido ao atraso no anúncio das medidas de cortes de gastos públicos que o governo Lula pretende implementar. As declarações públicas de Haddad, que estipularam prazos para a divulgação das medidas, geraram insatisfação dentro do governo e preocupação no mercado financeiro.
De acordo com informações apuradas pela coluna de Igor Gadelha, uma ala do Planalto tem demonstrado consequências como a forma como o chefe da equipe econômica tem continuidade no tema. Recentemente, Haddad afirmou que os cortes foram anunciados no dia 7 de novembro, prazo que não foi cumprido, ultrapassando 10 dias desde a previsão inicial.
Assessores próximos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacam que a fixação de prazos tem alimentado incertezas no mercado financeiro, que aguardam com expectativa o detalhamento das áreas que sofrerão os cortes e o montante total da restrição orçamentária.
Nas últimas duas semanas, Haddad intensificou reuniões com ministros de diferentes pastas para negociar possíveis cortes de gastos. Os ministérios de Educação, Saúde, Trabalho e Previdência Social estão entre os que devem ser impactados pelas medidas, além do Ministério da Defesa, que também aparece como provável alvo das restrições.
O atraso no anúncio dos cortes é atribuído, em parte, à agenda do governo, que inclui a participação de Lula na Cúpula do G20, realizada no Rio de Janeiro e com encerramento previsto para esta terça-feira (19). Diante disso, a expectativa é que a definição e o anúncio oficial sejam adiados para a próxima semana.
As medidas que devem ser divulgadas em breve representam mais uma tentativa do governo de equilibrar as contas públicas e sinalizar responsabilidade fiscal, enquanto enfrentam resistências internas e pressões externas para acelerar o processo de decisão.