O pastor Silas Malafaia defendeu-se na Justiça após ser acusado pelo Partido dos Trabalhadores (PT) de comparar os protestos de 2017 à tentativa de golpe ocorrida em 8 de janeiro de 2023. O caso foi levado ao Judiciário após declarações do líder religioso.
Os protestos mencionados por Malafaia incluem dois episódios marcantes de 2017. No dia 18 de abril, policiais invadiram o Congresso Nacional durante manifestações contra a reforma da Previdência. O ato resultou em tumulto e vidraças quebradas. Já em 24 de maio, cerca de 45 mil pessoas participaram de um protesto na Esplanada dos Ministérios, que terminou em depredação generalizada. Durante a manifestação, uma sala do Ministério da Agricultura foi incendiada, e 49 pessoas ficaram feridas. Na época, o governo de Michel Temer responsabilizou as centrais sindicais pela violência.
Na ação judicial, o PT afirmou que não teve envolvimento na organização dos atos de 2017 e que as manifestações “nem de longe se comparam ao 8 de Janeiro”, quando prédios dos Três Poderes foram invadidos em Brasília. “O intuito do exigido (Malafaia) é, na verdade, comparar as manifestações ocorridas em 2017 com o ato antidemocrático de 8 de janeiro de 2023 — duas realidades completamente diferentes”, declarou o partido.
Ao apresentar sua defesa, Malafaia alegou que desconhecia o fato do PT não ter participado dos protestos de 2017. O advogado Jorge Vacite Neto, que representa o pastor, afirmou que seu cliente agiu com base em informações que acreditava serem verdadeiras.
“(Malafaia) recebeu a informação, coerente, razoável e até mesmo esperada, da participação do partido na organização e execução do evento, e realmente acreditou, como acreditou até o momento em que teve acesso ao presente processo, se trata de um movimento também organizado e com participação ativa do PT”, disse Vacite à Justiça.