O Banco Central (BC) informou nesta quinta-feira (19) que a probabilidade de a inflação ultrapassar o teto da meta de 2024 chegou a 100%. O número consta no Relatório de Inflação do quarto trimestre, que revelou uma alteração significativa em relação à projeção de setembro, quando a chance era de 36%.
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A meta de inflação para 2024 é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, situando o teto em 4,5%. O objetivo foi estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), formado pelo BC e pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado o indicador oficial da inflação no Brasil, acumulou alta de 4,87% nos 12 meses encerrados em novembro, ultrapassando o limite superior da meta. Em novembro, o grupo Alimentação e bebidas registrou aumento de 1,55%, puxando o índice geral para cima.
Segundo o BC, o cenário inflacionário é resultado de múltiplos fatores, incluindo:
•Depreciação cambial: o dólar mais caro tem preços reduzidos de produtos importados e de insumos.
•Crescimento econômico acelerado: um ritmo forte de atividade econômica impulsionou a demanda, gerando pressão sobre os preços.
•Fatores climáticos e o ciclo do boi: a produção agropecuária enfrentou desafios, que impactaram principalmente os preços dos alimentos.
•Inércia inflacionária: a continuidade da inflação elevada em 2023 contribuiu para expectativas desancoradas para o próximo ano.
O alerta do Banco Central reforça a necessidade de medidas mais atuais para evitar que a inflação siga descontrolada em 2024. Especialistas avaliam que a política monetária atual pode exigir ajustes, como um eventual aumento nos juros, para conter a escalada de preços e reancorar as expectativas do mercado.