A Polícia Federal concluiu que o deputado federal André Janones (Avante-MG) utilizou dinheiro desviado de salários de assessores parlamentares para pagar despesas pessoais como clínicas de estética, roupas, móveis e eletrodomésticos. O relatório da PF, divulgado pela Veja, revela que o esquema da chamada “rachadinha” desviou ao menos R$ 131 mil entre 2019 e 2020, primeiros anos de mandato do parlamentar.
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Segundo os investigadores, os recursos foram movimentados por meio do cartão de crédito do então chefe de gabinete de Janones. As compras incluem mais de R$ 3 mil em procedimentos estéticos, cerca de R$ 12 mil em roupas e R$ 25 mil em móveis e eletrodomésticos. Além disso, o dinheiro teria sido usado em supermercados, farmácias, postos de gasolina, restaurantes e autoescolas — principalmente em Brasília e na cidade de Ituiutaba (MG), base eleitoral do deputado.
A PF também apurou que parte dos gastos foi incluída em pedidos de reembolso à Câmara dos Deputados, o que pode caracterizar tentativa de enriquecimento ilícito.
Apesar das provas reunidas — como laudos periciais, interceptações telefônicas, relatórios de inteligência financeira e depoimentos — Janones não será processado criminalmente. Ele firmou um Acordo de Não Persecução Penal com a Procuradoria-Geral da República (PGR), no qual se comprometeu a devolver os valores e pagar multa. O acordo foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal.
Mesmo com o reconhecimento implícito dos atos, Janones passou a negar publicamente a prática do crime. A PF o indiciou por peculato, corrupção passiva e associação criminosa. O acordo, porém, suspende o andamento do processo, desde que as obrigações pactuadas sejam cumpridas.