Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Publicado em: 8 de abril de 2025

Moraes admite possibilidade de absolvição de Bolsonaro, mas reforça inelegibilidade como “ponto final”

Moraes admite possibilidade de absolvição de Bolsonaro, mas reforça inelegibilidade como “ponto final”


Em entrevista à revista norte-americana The New Yorker, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), admitiu pela primeira vez publicamente que Jair Bolsonaro pode ser absolvido no processo criminal relacionado à suposta tentativa de golpe de Estado. Ainda assim, Moraes fez questão de reforçar que, para ele, o destino político do ex-presidente já está selado pelas condenações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o deixaram inelegível até 2030.

Banner Hair Cap 300 x 250

Banner Seguro Veículo 300×250

Banner 2 Ebooks 300 x 250

“É possível que Bolsonaro seja absolvido no processo criminal, porque o julgamento está apenas começando. Mas ele tem duas condenações do TSE. […] Somente o Supremo poderia reverter, e não vejo a menor possibilidade de isso acontecer”, disse o ministro.

A declaração abre uma brecha que até aqui vinha sendo ignorada por boa parte da imprensa e por setores da oposição: há espaço jurídico para a absolvição de Bolsonaro no STF, inclusive diante de uma denúncia controversa e baseada em interpretações amplas do que seria uma tentativa de golpe — o que, até agora, não teve comprovação de violência direta ou ação efetiva por parte do ex-presidente.

Reconhecimento implícito: o julgamento ainda está em aberto

A fala de Moraes, ainda que revestida de retórica política, revela um reconhecimento implícito da fragilidade ou, no mínimo, da complexidade do caso criminal. Ao dizer que “o julgamento está apenas começando”, o ministro tenta afastar a ideia de que já existe uma condenação pronta e perseguição judicial.

Apesar da possibilidade de absolvição criminal, Moraes deixou claro que as condenações no TSE permanecem o verdadeiro obstáculo para qualquer retorno de Bolsonaro à vida pública. Aqui, o tom muda: Moraes trata a inelegibilidade como algo “irreversível”, apesar de reconhecer que eventuais recursos ainda tramitam no próprio STF.

Ou seja, paradoxalmente, o mesmo tribunal que julgará Bolsonaro criminalmente também é o guardião do impedimento eleitoral que ele mesmo diz não ter chance de reverter. Em outras palavras: o julgamento criminal pode até ser aberto, mas o cerco político está fechado.

Ao admitir que Bolsonaro pode ser absolvido, Moraes reconhece uma evidência básica: não há sentença antes de julgamento. Mas ao insistir na “impossibilidade” de reversão da inelegibilidade, ele volta à postura de quem parece já saber o resultado. Para o observador atento, isso revela o paradoxo central do processo contra o ex-presidente: ele pode vencer juridicamente, mas ainda assim seguir derrotado politicamente — por decisão das mesmas instituições que o julgam.

O recado é claro: o Supremo pode até absolvê-lo, mas não vai deixá-lo voltar. E se essa é a nova régua da justiça eleitoral no Brasil, o próximo julgamento será menos sobre crimes — e mais sobre quem está permitido disputar o poder.



Link da fonte aqui!

Compartile:

Erro, não existe o grupo! Verifique sua sintaxe! (ID: 13)