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Publicado em: 11 de outubro de 2024

Declarações de José Múcio sobre compras em Israel geram tensão no governo, mas saída do ministro é negada por Lula

Portal WSCOM

Após críticas feitas pelo ministro da Defesa, José Múcio, durante um evento com empresários nesta semana, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva enfrentou mais uma polêmica interna. Múcio lamentou que “questões ideológicas” estariam travando a negociação para a compra de veículos blindados de Israel pelo Exército brasileiro, o que gerou reações dentro do Partido dos Trabalhadores (PT), com algumas vozes solicitando sua demissão. No entanto, fontes próximas ao presidente Lula afirmam que, por ora, a sua saída não está a ser considerada.

O descontentamento de Múcio em relação ao tema já era conhecido por Lula. Fontes do Planalto revelaram que o ministro havia planejado anteriormente com o presidente a possibilidade de uma solução intermediária para destravar a aquisição de obuseiros 155 mm. Além disso, Múcio também apresentou ao Tribunal de Contas da União (TCU) as objeções levantadas pelo Ministério da Defesa.

A polêmica envolveu uma licitação vencida pela empresa israelense Elbit Systems, em abril, para o fornecimento de 36 veículos blindados ao Brasil. A negociação encontrou resistência dentro do governo, especialmente por parte de Celso Amorim, assessor-chefe de Assuntos Internacionais da Presidência. Amorim argumentou que a compra de armamentos israelenses seria incoerente com a postura crítica de Lula em relação às ações militares de Israel na Faixa de Gaza e no Líbano.

Mesmo diante das críticas de Múcio, o TCU afirmou que não há impedimentos legais para que o Brasil adquira equipamentos de países em guerra, destacando que não existem tratados internacionais que proíbam tais transações. O ministro também comentou que o Corte de Contas não autorizou a transferência do contrato para a segunda colocada no processo licitatório, a empresa tcheca Excalibur.

Nos bastidores da Esplanada, surgiram especulações de que as declarações de Múcio poderiam ter sido uma tentativa de “forçar” sua saída do governo, já que ele estaria cansado das recorrentes em sua gestão. No entanto, os aliados próximos ao ministro desmentem essas hipóteses, garantindo que, se ele decidir deixar a carga, Lula será o primeiro a ser informado.

 

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