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Publicado em: 6 de novembro de 2024

Deputados brasileiros apontam dificuldades para aprovar propostas que aumentem a representatividade feminina – Notícias


11/06/2024 – 20:37

Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Leila Barros e Benedita da Silva em entrevista coletiva

Depois de debater com mulheres parlamentares de diversos países os desafios enfrentados para reduzir a desigualdade econômica em comparação com os homens e ocupar mais cargos de chefia e poder, as coordenadoras das bancadas femininas da Câmara e do Senado, deputada Benedita da Silva (PT-RJ ) e a senadora Leila Barros (PDT-DF), disseram que houve avanços nos últimos anos, mas assumiram que esta é uma luta que ainda prossegue.

Elas tiveram papel de destaque nos debates das mulheres parlamentares do G20, o grupo de países mais ricos do mundo, que discutiram maneiras de aumentar a representatividade feminina, diminuir as desigualdades de gênero e de raça e enfrentar os efeitos dos desastres climáticos a partir da perspectiva de gênero e raça.

Para a senadora Leila Barros, esses desafios serão superados a médio e longo prazos. “Esses desafios não serão superados em uma, duas ou três legislaturas. É um trabalho diário, como essas iniciativas, como esse P20 que nós estamos tendo, que é um fórum importante de nós, podermos compartilhar com outros parlamentares de outros países e perceber que as dificuldades, as frustrações, os desafios são os mesmos.”

A deputada Benedita da Silva disse que aprovar propostas que reduzam as desigualdades nem sempre é fácil num ambiente comandado por homens. Para a deputada, essa é uma luta permanente.

“Chegar em uma Casa que é majoritariamente masculina para tratar de uma pauta de mulher não é uma coisa fácil. Hoje, eles dizem que são questões identitárias, mas eu vou lutar para dizer que somos maioria da população. Ganhamos menos, moramos mal e somos privados de direitos. E a gente prova cientificamente que nosso país é um país de preconceito, é um país racista”, disse Benedita.

Violência política de gênero
Um dia antes da reunião dos presidentes dos parlamentos do G20, o Plenário da Câmara recebeu mulheres parlamentares de diversos países, e os problemas apontados eram mais ou menos os mesmos.

A violência política de gênero foi um dos temas tratados na discussão. A deputada Yandra Moura (União-SE), coordenadora do Observatório da Mulher na Política, uma iniciativa da Câmara, disse que viveu episódios desse tipo quando se candidatou à prefeitura de Aracaju, em Sergipe, nas últimas eleições. Para ela, a solução passa pelo Judiciário.

“Apesar de avanços, a Justiça ainda é muito lenta para combater esse tipo de violência, desde as notícias falsas, até as mesmas agressões, a reduzidas única e exclusivamente por ser mulher. Então o que a gente pretende, o que a gente vai se debruçar, principalmente com o Observatório e a Secretaria da Mulher, é desenvolver políticas públicas até mesmo para ajudar e auxiliar o Judiciário a ser mais ágil nas próximas eleições que estão por vir e que já se aproxima”, afirmou a deputada.

Reportagem – Antonio Vital
Edição – Geórgia Moraes



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