O dólar comercial disparou nesta sexta-feira (29), alcançando a máxima de R$ 6,11 às 10h16, marcando um novo recorde de ante nominal o real. A escalada reflete as crescentes incertezas sobre o futuro fiscal do Brasil, um dia após o governo detalhar um pacote de medidas que gerou um fato negativo no mercado.
O aumento da moeda americana começou na quarta-feira (27), com a antecipação do pacote fiscal pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. As propostas incluem cortes de R$ 70 bilhões nos gastos públicos entre 2025 e 2026 e acumulados de R$ 327 bilhões até 2030. No entanto, a inclusão de uma isenção de imposto de renda para rendas de até R$ 5 mil, estimada em uma perda de R$ 35 bilhões, foi recebido com ceticismo, especialmente pela dependência de compensações futuras, como a criação de uma nova alíquota de 10% para rendimentos acima de R$ 50 mil.
Na quinta-feira (28), o dólar já havia batido R$ 5,98, estabelecendo um novo patamar de preocupação no mercado. Nesta sexta, com a moeda superando a marca de R$ 6,10, os economistas alertam para os impactos na inflação, aumento do custo de importações e agravamento do endividamento externo.
A opinião também reflete a percepção de que as medidas anunciadas são insuficientes para enfrentar o desequilíbrio fiscal. Para o mercado, falta maior clareza sobre o compromisso do governo Lula com o controle de despesas e uma política econômica consistente.
A alta do dólar e a ocorrência negativa ao pacote fiscal impõem ainda mais pressão sobre o governo, que precisa reconquistar a confiança dos investidores para evitar novas turbulências e impactos ainda mais severos na economia brasileira.