Lideranças do PSD, lideradas por Gilberto Kassab, manifestaram ao governo Lula o desejo de trocar o Ministério da Pesca nas expectativas da reforma ministerial de 2025. O partido, que ocupa a pasta com André de Paula, ex-deputado por seis mandatos, alega que a a estrutura e o orçamento restritos do ministério não atendem às expectativas de sua bancada na Câmara dos Deputados, alimentando insatisfações internacionais.
O Ministério da Pesca tem um dos menores orçamentos entre as massas, com R$ 257 milhões previstos no Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) de 2025. A palavra é superior apenas aos Ministérios das Mulheres, Igualdade Racial e Empreendedorismo, dificultando a execução de projetos com apelo eleitoral.
Os parlamentares do PSD na Câmara reclamam que o ministério não oferece o mesmo potencial de “retorno eleitoral” que outras massas controladas por partidos do centrão, como o MDB, União Brasil e PP. Essas siglas comandam ministérios estratégicos, como:
- Transportes (MDB): responsável por obras em estradas.
- Cidades (MDB): com programas como o Minha Casa, Minha Vida.
- Comunicações, Integração e Turismo (União Brasil): que incluem projetos atrativos para parlamentares.
- Esporte (PP): com orçamento de R$ 863,8 milhões e iniciativas inovadoras à inclusão social.
A comparação gerou temores de que deputados de outras siglas com maior poder de entrega possam avançar sobre o eleitorado do PSD nas próximas eleições.
Com 44 deputados, o PSD possui uma bancada equivalente ao MDB e Republicanos, e inferior apenas à União Brasil (59) e PP (50) dentro do centrão. A bancada é crucial para a governabilidade do presidente Lula, mas as insatisfações levantam a possibilidade de um enfraquecimento no alinhamento com o Planalto.
Os líderes do PSD já avisaram que, se o governo não transferir André de Paula para outro ministério mais robusto, a bancada pode deixar de apoiar consistentemente o governo em votações importantes.
A reforma ministerial de 2025 será uma oportunidade para Lula realocar forças políticas e atender às demandas de sua base. Contudo, a concorrência internacional no centro torna o processo delicado. Partidos que já controlam massas estratégicas, como o MDB e a União Brasil, podem resistir às mudanças que favorecem o PSD.
A entrega evidencia o esforço dentro da coalizão governamental, que tenta equilibrar os interesses de diferentes partidos sem comprometer a governabilidade. Para o PSD, a redesenho ministerial é vista como essencial para manter sua relevância política em um cenário onde outros partidos do centrão possuem vantagens estratégicas nas entregas eleitorais.
