A Casa Branca confirmou nesta terça-feira (8/4) a aplicação de uma nova tarifa extraordinária de 50% sobre todos os produtos importados da China, elevando o total de impostos a um surreal patamar de 104%, somando-se aos 54% já existentes desde a gestão anterior do próprio Donald Trump. As tarifas entram em vigor nesta quarta-feira (9/4) e marcam um novo pico de tensão na guerra comercial entre EUA e China, que volta a dominar o cenário geopolítico global.
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A medida é parte do que Trump chamou de “Dia da Libertação”, quando anunciou tarifas contra 117 países em um gesto amplamente interpretado como protecionista, unilateral e eleitoralmente calculado. A tarifa universal de 10%, que afeta todas as importações para os EUA, já está em vigor desde o último sábado (5/4).
A resposta de Pequim não demorou. A China anunciou uma retaliação direta com uma tarifa de 34% sobre produtos americanos. E nesta terça-feira, em tom incomumente duro, o Ministério do Comércio chinês acusou os EUA de “chantagem econômica” e alertou que “não há vencedores em uma guerra tarifária”.
“Se os EUA persistirem em escalar o conflito, a China, como sempre, lutará até o fim”, declarou o porta-voz Lin Jian.
“A ameaça dos EUA é um erro sobre outro erro, e a China não aceitará chantagem.”
Em sua rede social Truth Social, Trump afirmou na manhã desta terça que a China quer negociar, mas “não sabe como começar”, sinalizando que ainda estaria aberto a algum tipo de diálogo.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, reforçou o discurso:
“Trump está disposto a negociar com os países, mas essas negociações podem durar meses. Até lá, as tarifas começarão a valer nesta quarta-feira.”
Ela também garantiu que o presidente “não vai se curvar à China”, em um tom que deixou claro o uso eleitoral da escalada comercial.
A nova onda de tarifas sinaliza o retorno definitivo do protecionismo trumpista, numa tentativa de posicionar os EUA como potência resistente às “ameaças externas” — um discurso popular entre eleitores nacionalistas e industriais do meio-oeste americano.
Mas o impacto global não será pequeno. Comércio internacional, cadeias de produção, mercados financeiros e relações diplomáticas devem sentir os efeitos da medida já nos próximos dias. A ameaça de uma recessão técnica já começou a ecoar entre analistas de Wall Street, que temem mais instabilidade nos preços e no abastecimento de produtos importados.
Com a campanha presidencial de 2024 aquecida, o endurecimento contra a China parece seguir o manual político de Trump: criar confronto, dramatizar a disputa e prometer uma vitória americana sobre “inimigos econômicos”. O problema? A conta pode chegar antes da eleição — e não será só para Pequim.