17/10/2024 – 18h41
Celso Júnior
Joana Jeker, em uma das fotos da exposição fotográfica “Mulheres e Niemeyer”
A Câmara dos Deputados iniciou semana as ações de conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama, o “Outubro Rosa”, com a abertura da exposição fotográfica “Mulheres e Niemeyer” e projeção de informações sobre o câncer de mama no Congresso Nacional.
O objetivo da campanha, realizada anualmente desde o início da década de 1990, é compartilhar informações e promover a conscientização sobre a importância da detecção precoce da doença para aumentar as chances de cura e reduzir os casos de mortalidade.
O Ministério da Saúde estima que o câncer de mama responda, atualmente, por cerca de 28% dos novos casos de câncer em mulheres. Esse tipo de câncer é o segundo de maior incidência no país, respondendo por 10,5% dos casos, conforme relatório do Instituto Nacional do Câncer (INCA) de 2023.
Diagnóstico que salva
Segundo a deputada Erika Kokay (PT-DF), o esforço da bancada feminina é para aperfeiçoar o acompanhamento das mulheres entregues e reduzir o intervalo entre o diagnóstico e o tratamento.
“Eu diria que diagnósticos precoces ou mais célere possíveis e, ao mesmo tempo, um tratamento que possa ser oferecido imediatamente, isso faz com que as mulheres superem o câncer de mama”, disse.
“Quando falha na atenção à saúde, não que diz respeito ao enfrentamento ao câncer de mama, nós teremos os agravos da doença de forma muito mais intensa”, completou o parlamentar.
Ela participou da apresentação no Congresso de exposição fotográfica que retrata mulheres que passaram pelo tratamento contra o câncer de mama e ganharam uma nova perspectiva de vida.
Mário Agra/Câmara dos Deputados
Deputados e senadores na abertura do Outubro Rosa
Seminário
Na mesma linha, o deputado Weliton Prado (Solidariedade-MG), que preside a Comissão Especial sobre o Combate ao Câncer no Brasil, reforçou que muitos casos de câncer têm cura, quando detectados de forma precoce e tratados avançados.
“Temos exemplos de casos que demoram até um ano para iniciar o tratamento, e a gente sabe que a cada 60 dias que demora para iniciar o tratamento, aumenta muito o risco de morte– em média, 13% –, então é muito importante ter o tratamento rápido e acesso ao diagnóstico precoce”, disse.
Ele participou de um evento que discutiu ações de controle ao câncer de colo de útero e de mama, o que fez parte da programação do Outubro Rosa.
Durante o evento, a presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, deputada Ana Pimentel (PT-MG), destacou a necessidade de força política em torno dos temas femininos.
“Temos um arcabuço legislativo que é avançado, mas que não é cumprido, e não é executado. Precisamos de muita força política em torno do tema do câncer de mama, pois quando se refere aos temas ligados às mulheres sabemos que o compromisso é sempre menor”, disse.
Na mesma linha falou a procuradora da mulher, deputada Soraya Santos (PL-RJ):
“A gente tem um arcabouço legislativo maravilhoso, o que está faltando é a gente saber o que está acontecendo para não ser aplicado. É preciso acordar a sociedade para fazer o exame e também para denunciar porque não está acontecendo no prazo que a gente já colocou em lei”, disse.
Emendas orçamentárias
Já para a coordenadora dos direitos das mulheres, deputada Benedita da Silva (PT-RJ), o aumento de recursos pode favorecer o avanço dos tratamentos preventivos.
“O que nós buscamos é fazer com que a Câmara dos Deputados possa garantir mais recursos no orçamento da Comissão da Mulher e que também haja um orçamento para a Secretaria da Mulher, que ajude a que nossas emendas sejam canalizadas para saúde e prevenção do câncer”, disse.
Reportagem – Emanuelle Brasil
Edição – Roberto Seabra