O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, nesta quinta-feira (31), a criação de um “pacto federativo” que una os Três Poderes, os estados e o Distrito Federal com o objetivo de enfrentar o crime organizado de forma decisiva. Durante uma reunião no Palácio do Planalto, em Brasília, onde foi apresentado um novo projeto de restrição da segurança pública, Lula destacou a urgência de uma ação coordenada. “Essa é uma coisa que é quase incontrolável, se a gente não montar um pacto federativo que envolve todos os poderes da Federação e todos que estão envolvidos direta ou indiretamente”, afirmou. Ele enfatizou que o governo está “disposto a discutir quantas horas antes for possível” para elaborar uma proposta definitiva.
A reunião começou às 15h30 e contou com a presença de representantes de 23 unidades federativas, incluindo 21 governadores e dois secretários de estado. Lula incentivou os participantes a expor suas preocupações e sugestões voluntárias. “Queria que essa reunião fosse uma em que os governadores não tivessem nenhuma preocupação de falar aquilo que entendem que devam falar. (…) É uma reunião em que não existe censura nem impedimento de cada um dizer o que pensa”, garantiu.
O presidente alertou que o crime organizado está se infiltrando na política, elegendo representantes e disputando espaços de poder. “O que a gente está notando, efetivamente, é que o crime organizado está crescendo, (…) disputando eleição, elegendo vereador, quem sabe baixar pessoas para usar cargas importantes nas instituições brasileiras”, ressaltou Lula.
Lula também criticou a atuação do Judiciário, mencionando que há uma percepção de conivência com criminosos. “Tem governador que tem muita reclamação do Poder Judiciário nos estados, porque, muitas vezes, a polícia prende o bandido e, no dia seguinte, ele está solto. (…) O bandido quer ficar onde quer e escolhe, inclusive, a cadeia que quer ficar”, particular.
Entre os participantes estavam: Geraldo Alckmin, Vice-Presidente e Ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; Rui Costa, Ministro da Casa Civil; Ricardo Lewandowski, Ministro da Justiça e Segurança Pública; Esther Dweck, Ministra de Gestão e Inovação; e Flávio Dino, Ministro do Supremo Tribunal Federal.