11/06/2024 – 15:37
• Atualizado em 11/06/2024 – 15h42
Renato Araújo/Câmara dos Deputados
Laura Carneiro em entrevista à TV Câmara
Parlamentares de vários países que participam do Fórum Parlamentar do G20 defenderam ao chegar ao Congresso brasileiro a paridade de gênero nas casas legislativas.
Nesta quarta-feira (6) o debate gira em torno das recomendações da 1ª Reunião de Mulheres Parlamentares do P20, realizada em julho em Maceió (AL).
A deputada Laura Carneiro (PSD-RJ) ressaltou dois pontos da “Carta de Alagoas”: a importância do empoderamento feminino e a participação da mulher nas casas legislativas em todo o mundo. “A chamada paridade nos Parlamentos é uma necessidade. Em muitos países já é uma realidade, mas no Brasil temos apenas 17% de mulheres na Câmara e 18% no Senado. Ainda não temos a consciência nacional da importância dos espaços serem múltiplos”, lamentou . A deputada quer levar aos países do G20 propostas de mudanças na legislação para atingir esse objetivo.
Entre as experiências exitosas está o México. A deputada Julieta Villalpando Riquelme, do México, quer compartilhar com o Brasil as iniciativas que resultaram em um congresso com maioria feminina no seu país e, pela primeira vez, uma mulher presidente da República. “Nos sentimos muito honrados e estamos trabalhando para dar suporte ao atual governo. Há muito a compartilhar nessa reunião do P20, acredito que vamos colher muitos frutos”.
Mário Agra/Câmara dos Deputados
Julieta Riquelme: México tem um Congresso com maioria feminina
Parlamento africano
A vice-presidente do Parlamento Pan-Africano, Lúcia dos Passos, também destacou a troca de experiências entre os parlamentos como a grande contribuição do P20. Ela cita sua experiência na promoção da igualdade de gênero. “Trabalhamos para ter uma lei modelo para promoção de igualdade de gênero no continente africano. Essa experiência vamos compartilhar aqui”.
A deputada Daiana Santos (PCdoB-RS) ressaltou a luta para mudar a situação brasileira. “É inadmissível que num país com maioria de mulheres e população negra não tenhamos uma participação política condizente”. A deputada já observa um movimento para romper a exclusão. “Temos responsabilidade com a política identitária com vidas disruptivas”, destacou.
A vice-presidente do Parlamento Europeu, Christel Schaldemose, também comemorou o encontro de mulheres parlamentares. A baixa representatividade feminina, segundo ela, é uma realidade em muitos países. Ela citou a importância dos parlamentos que criam modelos para que as mulheres vejam esses espaços de poder, como fez o Parlamento Europeu, que teve uma mulher na presidência. “Isso promove que outras mulheres entrem para a política”, declarou.
Reportagem – Geórgia Moraes
Edição – Roberto Seabra