16/12/2024 – 18:21
Billy Boss/Câmara dos Deputados
Russomano: acordo que favorece o comércio bilateral
Após o fechamento do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul no início de dezembro, 2025 será um ano em que o acordo terá que ser ratificado pelas legislativas de ambos os lados. No caso da União Europeia, o acordo terá de ser passado pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho da União Europeia. No caso do Mercosul, cada Legislativo do bloco terá que confirmar sua acessibilidade.
Neste caso, valem os votos do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A Bolívia ainda não fará parte do acordo nesta fase.
O acordo com a União Europeia facilita a exportação de produtos da agropecuária brasileira, mas também poderá representar ganhos com a importação de produtos para aumento do parque industrial nacional. Foi o que explicou o deputado Celso Russomanno (Republicanos-SP), vice-presidente do Parlamento do Mercosul (Parlasul).
“Uma série de produtos serão exportados e nós, como o Mercosul, como todos os países do Mercosul, têm um preço bom, vamos aumentar as exportações brasileiras, as exportações dos países do Mercosul, e nós vamos ganhar muito com isso”, disse .
Os dois blocos terão taxas de exportação com redução tarifária para que os produtores locais de alguns produtos não sejam muito afetados pelas compras. As cotas representam 9% dos bens importados pelo Mercosul da União Europeia. No sentido inverso, as cotas representam 3% dos bens.
Assim mesmo, o acordo foi negociado por 25 anos e um dos motivos foi justamente a oposição de agricultores europeus, conforme relata Russomano.
“Sim, o trabalho sempre foram os sindicatos, principalmente os sindicatos franceses, um pouco da Alemanha, por conta da produção que eles têm lá. O medo de que as pessoas comecem a produzir e vender mais barato e eles, com todo o subsídio que eles têm na agricultura, eles não conseguem competir com as pessoas”, observou.
Carne e etanol
Exemplos de cotas para o Mercosul são 99 milhões de toneladas de carne bovina e 450 milhões de toneladas de etanol. Para a entrada livre de produtos europeus, o Mercosul negociou condições especiais para a retirada da tributação na área automotiva. Apesar das resistências, Russomanno acredita que pesou na decisão da União Europeia o avanço da China sobre todos os mercados.
Juntos, Mercosul e União Europeia reúnem cerca de 718 milhões de pessoas e um Produto Interno Bruto de aproximadamente US$ 22 trilhões de dólares. A União Europeia é o segundo principal parceiro comercial do Brasil. O primeiro é a China.
Reportagem – Silvia Mugnatto
Edição – Roberto Seabra