A influenciada digital conhecida como Festi, com mais de 1,2 milhão de seguidores no TikTok, se tornou alvo de uma investigação pelo Ministério Público de São Paulo após publicar um vídeo em que defende a violência contra parlamentares. A criadora de conteúdo sugeriu que a população deveria “apontar um fuzil na cabeça” de deputados que não aprovaram a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sobre uma jornada de trabalho 6×1. Além disso, o Festi também incentivou a prática de sequestro contra políticos.
O vídeo, que já conta com mais de 580 mil visualizações, gerou forte repercussão e foi criticado por autoridades e usuários das redes sociais. Em um trecho, Festi declara: “Por muito menos, a gente teria quebrado banco, botado fogo em ônibus, sequestrado deputado (…) Eu queria tanto sequestrar um deputado do PL!”, expressando frustração com o atual cenário político.
A influenciadora, que também é atriz, argumentou que o povo deveria ter o direito de cobrar seus representantes, indicando o uso de métodos agressivos caso eles não se posicionassem em favor da PEC. “Se você não apoiar a favor dessa (PEC), você morre”, afirmou no vídeo.
O vereador eleito de Curitiba, Guilherme Kilter (Novo), apresentou uma denúncia ao MP de São Paulo, classificando as declarações de Festi como uma incitação explícita à violência e ameaças diretas aos parlamentares. Para Kilter, o conteúdo configuraria crimes de “coação direta” contra membros do Poder Legislativo e atentado contra a ordem democrática. “A direita tem sido atacada por essa turma da esquerda há anos e toma poucas atitudes em relação a isso”, declarou o vereador, que vê na atitude da influenciada um atentado aos princípios democráticos.
O documento submetido ao MP também solicita a investigação de possíveis monetizações de conteúdo e a verificação de outras manifestações semelhantes. A atuação do MP envolverá a identificação do autor por meio das redes sociais, além de uma análise sobre o impacto de suas declarações na plataforma.
Kilter comentou sobre a possibilidade de censura, destacando que a liberdade de expressão não pode ser usada para incitar crimes. “Imagine se fosse um conservador influenciado falando para sequestrar um deputado do PT e queima em praça pública”, questionou o vereador.