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Publicado em: 18 de novembro de 2024

“Queremos aumentar a oferta de gás no Brasil e, consequentemente, diminuir o preço. Precisamos tratar o gás como uma energia de transição, aumentar o volume para reduzir o custo e promover a reindustrialização do país”, afirmou Silveira.

A Argentina oferece gás a preços bastante competitivos. Em Vaca Muerta, o custo do consumo é de cerca de US$ 2 por milhão de BTUs. A expectativa é que, após a importação, ele chegue ao Brasil entre US$ 7 e US$ 8 milhões de BTUs, um valor significativamente mais baixo do que a média atual de US$ 13,82 praticada no mercado nacional, segundas fontes do setor industrial.

Para viabilizar essa importação, Silveira oferece cinco rotas de transporte possíveis. Uma delas é a utilização do Gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol), que atualmente está subaproveitado devido à redução da produção boliviana. O governo brasileiro já considera inverter o fluxo do gasoduto argentino para encaminhar o gás de Vaca Muerta até a Bolívia e, em seguida, utilizar o Gasbol para distribuição no Brasil. Hoje, a Bolívia exporta apenas 15 milhões de m³/dia para o Brasil, bem abaixo de sua capacidade de 30 milhões de m³/dia.

Outras opções incluem a construção de um sistema de gasodutos que atravessaria o Chaco paraguaio, a conexão direta com Uruguaiana (RS) e a ampliação da rede interna para Porto Alegre. Há ainda a possibilidade de exportação via Uruguai e o uso de gás natural liquefeito (GNL), embora essa última alternativa encareça o processo.

As obras para a reversão do fluxo do gasoduto que conecta Vaca Muerta ao Norte da Argentina, alcançando a Bolívia, devem ser concluídas até março de 2025, segundo o secretário de Energia argentino, Eduardo Javier Rodríguez Chirillo. Ele ressaltou que a Argentina enfrenta uma transição regulatória e precisa ajustar preços e demandas internacionais antes de consolidar o envio ao Brasil.

Silveira também analisou os impactos geopolíticos da reeleição de Donald Trump, afirmando que a transição energética será tanto uma “necessidade climática quanto uma oportunidade econômica”. Ele acredita que Trump representaria “uma voz forte, mas isolada” nas discussões globais sobre economia verde.

O ministro informou ainda que líderes como a italiana Georgia Meloni, que aposta na energia nuclear por ser considerada limpa, demonstram que o tema da transição energética será um campo de intensas discussões. “Nós temos uma outra Petrobrás enterrada. Com apenas 27% do solo brasileiro mapeado, já somos a sétima maior reserva mundial de urânio. Com mais pesquisas, acredito que o Brasil pode figurar entre as três maiores reservas”, completou Silveira.

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