No balanço parcial, o petista tem 40% mais verba total para gastar na corrida eleitoral, sendo 97% vinda do partido.

Com quase 40% mais verba para gastar com a campanha eleitoral em comparação a seu adversário, o presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se apoia nos recursos públicos para promover a candidatura, enquanto a origem do dinheiro usado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) é majoritariamente privada, vinda de doações pessoais.

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o petista possui R$ 126,7 milhões para a campanha, sendo que mais de R$ 123 milhões vêm de doação de partidos, o que representa 97,2% do total. Apenas R$ 3,5 milhões têm origem privada, ou seja, 2,78% dos recursos.

A lógica da campanha de Bolsonaro é inversa. Do maior doador, o presidente recebeu R$ 3 milhões, quase o total angariado por Lula ao somar todas as doações individuais e coletivas. São mais de R$ 71 milhões de origem privada, o que representa 78,76% do total de R$ 90,5 milhões para bancar a campanha à reeleiç~]ao do presidente.

A maioria das doações foi feita depois que o presidente passou a disputar o segundo turno. Na primeira etapa da corrida presidencial, Bolsonaro tinha pouco mais de R$ 25 milhões em doações. Já em relação aos recursos públicos, o candidato recebeu R$ 19,2 milhões, 21,23% do total. Mais de R$ 17 milhões vieram do PL, e o restante, do Progressistas.

A dinâmica de distribuição, na análise do cientista político André César, indica que há uma realidade oposta entre os candidatos. “De um lado, temos Bolsonaro com o poder de uma militância empresarial, do agronegócio. Do outro, Lula com a estruturação de alianças partidárias e figuras públicas, economistas, artistas, elites intelectuais. São duas lideranças de massa, cada um a seu modo, estilo, discurso e agenda. E essa realidade se expressa nesses números.”

O balanço ainda é parcial, já que a prestação de contas final do primeiro turno pode ser recebida até 1º de novembro e, do segundo turno, até 19 de novembro. Apesar de ainda ser possível que os candidatos recebam mais verba, há um limite de gastos na campanha.

“No primeiro turno, os candidatos poderão gastar até R$ 88.944.030,80. No segundo turno, haverá um acréscimo de R$ 44.472.015,40”, informa o TSE.