O empresário Ruan Ferreira de Oliveira, mais conhecido como Ruan Macário, teve o júri popular adiado para 24 de novembro de 2023. O réu é acusado de atropelar e matar o motoboy Kelton Marques, em setembro de 2021, em João Pessoa, e será julgado por homicídio qualificado com dolo eventual, quando se assume o risco de matar. Inicialmente, o júri estava marcado para 14 de setembro.

O adiamento foi solicitado pelo advogado do réu que argumentou a existência de outras duas audiências agendadas em Catolé do Rocha para o mesmo dia do julgamento. A 2ª Vara do Tribunal do Júri da Capital acatou o pedido, decidiu pelo adiamento e também manteve a prisão preventiva do acusado.

Transferência do local do júri

Além da decisão do adiamento do júri, a Câmara Criminal negou o pedido da defesa do réu pela transferência do júri popular da Comarca de João Pessoa para outra cidade, o mais distante possível.

O pedido da defesa se baseou na dúvida sobre a imparcialidade do Conselho de Sentença, pois o caso ganhou grande repercussão e clamor social na capital do estado.

Para a juíza Francilucy Rejane de Sousa Mota, as informações do caso divulgadas na imprensa e na internet, alcançaram toda a Paraíba, sendo um caso indiscutivelmente de repercussão como vários outros, já ocorridos e julgados na Comarca de João Pessoa.

Entenda o caso

O entregador Kelton Marques morreu após ser atingido por um carro em alta velocidade, no Retão de Manaíra. Moradores da região afirmaram que a colisão aconteceu por volta das 4h da manhã. Ruan Macário é acusado de dirigir o veículo envolvido no acidente.

Ruan Macário se apresentou à polícia na presença do advogado. O mandado de prisão preventiva que estava em aberto contra ele foi cumprido imediatamente. Ele foi interrogado pelo delegado Miroslav Alencar, mas ficou em silêncio e responderá apenas em juízo. Em seguida, foi encaminhado para o presídio de Catolé do Rocha.

Em junho de 2022, a defesa de Ruan Macário apresentou um novo pedido de habeas corpus, que foi negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

No dia do acidente, a equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionada, mas quando chegou a vítima já estava sem vida.

Kelton Marques tinha 33 anos, duas filhas e morava em Santa Rita. Ele trabalhava em um restaurante que atendia nas madrugadas, e na hora do acidente já tinha terminado as entregas do dia e voltava para casa.

Com o impacto, a vítima chegou a ser arremessada e a motocicleta teve destruição total. O carro ficou parcialmente destruído.

De acordo com o delegado do caso, Luiz Eduardo, latas de cerveja e substâncias entorpecentes estavam espalhadas pelo carro do motorista.

Imagens do carro do motorista foram divulgadas à imprensa, onde foi possível perceber que além de estar a 163 km/h, o sinal vermelho foi ultrapassado.

O acidente aconteceu no sentido que vai para a orla da capital, quando o condutor do carro passava pela Flávio Ribeiro e o motociclista cruzava pela Mirian Barreto. A força do impacto chegou a derrubar o muro de um residencial que fica no local.

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