A cada nova eleição, cresce o peso de João Pessoa no panorama eleitoral da Paraíba.

 

 

De acordo com o último perfil consolidado do eleitorado paraibano, divulgado pelo IBGE, na semana passada, a Capital conta com 559.205 eleitores, o que corresponde a 18,09% do contingente estadual. Ou seja, João Pessoa, sozinha, abriga quase um quinto (1/5) dos eleitores da Paraíba, reunindo forças decisivas nas disputas estaduais. Há duas décadas, o eleitorado de João Pessoa representava cerca de 16% do total de eleitores do Estado.

A força política de João Pessoa pode ser potencializada com o peso dos colégios eleitorais dos municípios da região metropolitana, que contém as cidades detentoras do 3º e 4º maiores eleitorados do Estado, que são Santa Rita (98.349 eleitores) e Bayeux (73.291). Acrescentando Cabedelo (51.041) e Conde (22.651), a região sob influência da Capital totaliza 804.582 eleitores, o equivalente a 26,02% do eleitorado do Estado.

O segundo maior colégio eleitoral da Paraíba, o município de Campina Grande conta com 296.494 eleitores, o correspondente a 9,59%, pouco mais da metade do contingente inscrito no sistema da Justiça Eleitoral em João Pessoa. Em 2010, era 10,09%.

Embora sejam diversos os fatores que definem o potencial eleitoral de uma cidade ou região, a quantidade de eleitores vai sempre sugerir maior força ou peso nas disputas políticas. Assim, o constante crescimento do eleitorado de João Pessoa talvez já explique sua hegemonia política nos últimos anos.

Na verdade, há 12 anos a Capital mantém o controle do governo do Estado, tendo começado com a eleição de Ricardo Coutinho ao governo do Estado, em 2010. Ele exerceu dois mandatos e foi substituído pelo governador João Azevedo.

Nas eleições de outubro, a força política de João Pessoa será novamente testada, com a candidatura do governador João Azevedo à reeleição. Outro nome, o apresentador Nilvan Ferreira, embora seja natural de Cajazeiras, também disputa o governo do Estado representando a Capital, onde foi candidato a prefeito em 2020.

Outros dois candidatos – Veneziano Vital do Rego (MDB) e Pedro Cunha Lima (PSDB) – são naturais de Campina Grande, que disputa a hegemonia política do Estado com a Capital, exercendo influência sobre os municípios do interior, tendo controlado o governo no início da década de 1990, com Ronaldo Cunha Lima, e no início dos 2000, com Cássio Cunha Lima.